Rasgam-me, mas não me rasgam as memórias.
Começa a explodir em mim uma vontade de chorar, adeus Coimbra.
Todos riem à minha volta, caras quem nem sempre vi as vezes que gostaria, outras com quem partilhei momentos belos de pura felicidade, raros!
Jamais vos esquecerei, todos!
Oh, obrigado! Cidade mãe que me recebeste tão imberbe e fizeste de mim homem.
Dancei contigo tantas vezes!
Amiga Praça da Republica, soubeste sempre apanhar-me, quando o álcool me empurrou.
Quero hoje mais uma vez beber contigo Coimbra, vamos por uma última vez dançar de mãos dadas, olha, repara, estamos cá todos, todos os teus filhos bebem connosco.
Olha as nossas caras, ninguém quer saber de amanha, hoje somos teus, até deus Baco nos vir buscar.
Quero beijar todos esta noite, corro nu em busca da capa que sempre me embrulhou.
Abracem-me capas negras, gritemos alto, estamos em casa, Coimbra jamais nos faltará.
Aqui nunca me sinto perdido, quanto mais longe estou de ti, mais sinto que te pertenço.
Sei bem que irei chorar muito, enquanto a vida me o permitir, por ti, cidade mãe de toda a saudade.
Sei que o tempo não volta atrás, nem queria que voltasse, basta-me recordar e embrulhar-me na capa negra que nunca me faltou.
Rasgam-me, mas não me rasgam as memórias.
terça-feira, outubro 17, 2006
Rasganço
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12 comentários:
os amores às cidades contam-se entre os mais belos. é delicioso e deliciosamente triste saber que elas subsistirão a nós, que outros as amarão, as amaram já, quando a sua beleza não seduzia os nossos olhos, ainda.
o amor aos espaços. amar os espaços. amar aos espaços. enfim, devaneios... muito bonito :)
Uma das melhores épocas da tua vida:) Gosto de tradições académicas (excepto praxes pouco edificantes) e coimbra então... Olha, as serenatas lixam-me o coração todo.
abraço
Ah o "amor do estudante"...
Como diz a música:
"De onde vem o encanto desse teu luar?
Um inexplicável segredo por desvendar
E com o passar do tempo
Ficará em Coimbra a minh'alma
Com recordação do despertar"
As saudades são tão boas!
Demasiado de ti mesmo é o nome deste teu cantinho e que se ajusta na perfeição como comentario ao teu post sobre a despedida.
Eu também sou de Coimbra, Sé Nova, embora tenha saído para o Porto em tenra idade pelo que não sinto a despedida da mesma forma que tu, mas não deixa de ser estranho que sinta sempre algo de misterioso quando por lá ando.
Muitas felicidades no teu acolhimento à tua nova "cidade", seja lá onde isso for e que Coimbra fique sempre na tua memoria.
Há que partir, um dia sempre partimos...
Abraço
Eugénio
Coimbra dos amores, ...,..,..,.,,.
Tiago Lila.
Interessante a forma como escreves sobre o amor às cidades.
Saudações.
Abssinto.
Também sou muito sensível ás serenatas. Mexem connosco, são belas…
Saudações.
Miguel.
Bonito Miguel, muito bonito…
Saudações.
Miguel e Leonor.
Ai as saudades, essa palavra tão nossa…
Saudações.
Obrigado Eugénio, temos de fazer por nos adaptar…
Sim é verdade, um dia temos de partir.
È bom partir, outras danças nos esperam, em todos os locais se olharmos bem, encontramos belas musicas.
Bonita sé nova….Coimbra tem essa “tendência” para o mistério…
Saudações.
Bel.
Coimbra dos amores. Sem duvida. Aquele miúdo de 19 anos sentado no cartola nada sabia sobre o amor….
Será que hoje sabe…? Viveu mais anos, isso de certeza. Ama? Muito, muitíssimo.
Saudações,
oi rapaz!
mais uma excelente estória!
;)
abraço e bom fim-de-semana.
ps-boa escrita!
Little_Blue_Sheep
Obrigado, forte abraço e um bom fim-de-semana
Saudações.
"Coimbra do Choupla ainda és capital do amor em Portugal, ainda..."
"Sentes que o tempo acabou. Primavera de sonhos, esquecida. E levas em ti guardada o choro de uma guitarra, segredos desta cidade... o bater da velha cabra".
Fica em nós para sempre...
Xanusca.
Belo, belas palavras…
Bela cidade….
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