sábado, março 01, 2008

Viagem

Que sabor…
A minha língua percorre a tua perna a alta velocidade, estás tão quente….
Sabes a sal…
Entro em ti e depois saio, saio devagar, fico a olhar para ti com esse ar arquejante de quem quer e não quer ao mesmo tempo.
Volto a entrar suavemente, satisfeita outra vez, pergunto?
Volto a sair suavemente…
Afasto-me, saio da cama, encosto-me ao canto do quarto.
Enquanto dou mais um gole no fabuloso vinho que abrimos, olho-te.
Que perfeição!
Deitada na cama, nua, a tua silhueta é perturbadora, olhas para mim com esse ar de leoa enquanto fumas o nosso “preparado”, percorro o teu corpo centímetro a centímetro com os meus olhos e penso em mim…
Penso como sou jovem, como tenho a sorte de mergulhar toda a tarde neste corpo jovem e rijo que se encontra na minha cama, ficava dias assim neste estado de semi-bêbado, nesta semi-realidade.
Atiro o copo vazio para cima da cama, eu vou a seguir, desta vez não tenciono sair e entrar…
Ao veres-me avançar viras-te de costas para mim, agarrado a ti ao segurar no teu cabelo somos só um, vamos iniciar a viagem desta tarde!
Que incrível fricção, que loucura, provavelmente o mundo vai acabar, de certeza que fizemos a terra mexer… de certeza!
Esta loucura parece não acabar, não quero explodir, não sinto vontade de explodir, apenas ficar assim até a exaustão…
Lá no fundo sei que não vai durar para sempre…
Mas tu és toda gemidos e prazer, estás noutro mundo eu sei.
A dada altura sinto que até eu não faço parte desse teu planeta de prazer, és apenas um todo de convulsões e eu o alimento para que nada te falte!
Gritas agora enquanto regressas…, hoje fui apenas o barqueiro, pois o local novo onde foste nesta viagem eu não conheci.