domingo, setembro 10, 2006

Chuva.

Sou viciado, sei que sou. Por vezes diverte-me este estado de ausência, este estado semilouco, mas ele dura tão pouco, é tão perfeito, tão breve.
Navegava dentro de mim como de costume, o mundo era para mim um misto de cores estranhas, acho que cambaleava quando te vi.
Estavas suja, o teu vestido branco estava completamente negro no fundo, que lindo sorriso!
Rias-te de mim com os teus dentes brancos, estavas sozinha, divertias-te com a forma desconjugada com que eu me deslocava, chovia!
Disse-te tristemente, que há mais de sete anos, todos os dias, me deslocava assim para casa. Então tu, rebentaste num riso descontrolado que durou muito, eu chorei uma lágrima que a chuva levou.
Pensei no passado, pensei na vida, sou um fraco andarilho numa rua de Lisboa, tu és luz, és alegria, és prazer…
Disse-te que eras linda, que eras perfeita, que por ti nasceria outra vez, que por ti não seria mais sombra, disse-te que a meu lado serias a mulher mais feliz!
Tu sorriste ligeiramente, aproximaste-te da minha boca, disseste baixinho, - “Desculpa, mas metes-me nojo.”
Sorri.

3 comentários:

ricardo disse...

...nem sei o que dizer...tá mto bom!
saudações!

Anónimo disse...

gostei muito! começas a escrever tão bem...

Anónimo disse...

pelo que tenho lido hoje a net deve estar com peribloguite.