quinta-feira, agosto 31, 2006

É tão vermelho o teu sofá!

Sento-me no teu sofá vermelho, tu não estás. É tão vermelho o teu sofá!
Fecho os olhos. És tão morena! Deitada assim nua, encolhes ligeiramente a perna de forma a tapares o teu lindo e viscoso sexo, todo o meu corpo ainda cheira a ele.
Brincas deliciosamente com o teu pé, é tão perfeito.
Agora viras-te de barriga para baixo, sentes o contacto da tua vagina com a já gasta lona vermelha, o teu rabo redondo e empinado abarca toda a largura do sofá, convida-me.
Deito-me sobre ti, o meu membro, ao tocar na tua pele cresce. Com as duas mãos seguro-te o pescoço, começas a mover as tuas ancas, os teus movimentos circulares fazem-nos entrar numa fricção louca, cada vez mais rápido, cada vez mais rápido.
Já em desespero, sem tirar as mãos do teu pescoço procuro encontrar o teu buraquinho. Finalmente consigo, mesmo sem ver a tua cara sinto-te arquejar, já perdida libertas um pequeno e singelo gemido. É bom viver! A frase está a ser cantada em todas as cavidades do meu corpo.
Adoro o teu sofá, mesmo quando tu não estás.

Vício de viver.

Poderá o vício do jogo ser mais destrutivo, que amar uma mulher que não nos quer?
Será que existe algo que nos perturbe mais, que sentir dentro de nós um amor, de tal forma incondicional, de tal forma arrebatador, que nos destrua e nos roube o que temos de mais sólido, a nossa vontade de viver?
Sem duvida, amar loucamente uma mulher que não nos quer, é de longe mais destrutivo que qualquer vício.
Não considero que a ausência da mulher que amamos, mas que nunca tivemos, nos possa roubar a vontade de viver.